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domingo, 26 de maio de 2013

Crise luminosa




Vamos falar de realidade mas nem todos estão dispostos a saber da verdade
Vamos falar de amor , mas o amor foi leiloado por um preço baixo
E dizemos que é alto
E dizemos que é caro
Mãe , acordei no tempo errado
As horas são minutos , os minutos são segundos
E todo o meu viver passa bem rápido
Que existência é essa ? Que trabalha , consome e morre ?
A velocidade das horas não explica a lentidão das minhas angústias .
E não responde a simplicidade das minhas perguntas .
Porque a maré é profunda , bem profunda .
Usamos uniformes para trabalhar
Mas por favor , não me dê o seu uniforme para pensar .
No meu eterno raciocinar , no azul do meu pensar ,
Quem voa sou eu e não deixarei ninguém me censurar .

Vamos falar de futilidade
Aí sim , estaremos falando de atualidade
Mas não da capacidade que ela age sobre mim
Vamos falar de vida
Espírito de luz que brilha no íntimo da minha alma
Profundeza de um infinito oceano
Porém só para alguns é o estado de graça.

Plantar a própria erva é proibido
Num mundo onde o consumo de hipocrisia é permitido .
Acho que terei de explicar ao sujeito desconhecido :
Uma nação que financia a guerra e se enriquece
Depois inventa uma tal caridade e se engrandece .
O ignorante admira aquele que mutilou a sua filha .
E a imagem do capitalista resplandece .
Sim , ele fala inglês e você acertou
A nossa perdição começou com o nosso colonizador
O alicerce da nossa destruição se iniciou com o nada na educação
Pois se o nada fosse tudo , o tudo seria independente
E isso era ameaçador .
Certo dia a nação se tornou independente
Enquanto isso , o nado continuava sendo nada
Hoje temos um imenso nada num buraco de uma educação arrebentada .
Agora corremos de encontro ao nada para tentarmos um tudo
Tudo esse que eles não fizeram no início que nunca tivemos .

Quem também ajuda é a televisão
Por transbordar porcarias em sua programação
Quanto mais mentes alienadas melhor a audiência
Audiência é dinheiro e dinheiro é essencial
Cadê a vassoura pra varrer esse lixo cultural ?
Não tem . Foi comprada pelo sucesso comercial.

Mesmo estando numa sociedade de aparente liberdade
Há uma prisão definitiva
Que deseja roubar , sugar a minha inteligência cognitiva
E isso é matar a minha vida.
Suicídio social é viver em parceria com essa prisão visceral .
Prefiro vestir a minha roupa fedorenta do que ter a sua alma de esgoto
Tão comum e confundimos com a normalidade
Futilidade , futilidade , futilidade .

Existe uma grande maldade em você
Existe uma grande maldade em você
Cujo poder já exerce involuntariamente
Mas tu já não és mais a vítima desse círculo social  .
Tu também não a sente .
O império do mal veste roupa do bem
Por isso é tão difícil lutar contra o sistema
As perguntas são os primeiros passos para o nosso tudo .
É clichê mas são as perguntas que move o mundo .


Quero que esse papel tenha hematomas de letras revoltas e intensas
Quero que a voz indignada ecoe pelas atitudes humanas
Porque a ponta do meu lápis quebrou e a minha garganta se aliviou
Hoje o nosso maior inimigo é a nossa própria ignorância
E os homens de terno e gravata são ovacionados pelos prisioneiros do sistema
Sim , eles falam inglês mas eu herdei a sagrada língua portuguesa para gritar em poema .

- Existe uma grande paz oculta que está dormindo
Existe uma iluminada mente que está surgindo
Se a constelação está apagada ,tu és a estrela que brilha neste nada
E por isso nasceste no tempo certo .





19 comentários:

Marcia M disse...

Esse finalzinho é por demais belo!bjo

Carmem Teresa Elias disse...

Muito boa sua percepção e análise da realidade !! Bela construção textual! Elementos pertinentes que tanto precisam ser debatidos, denunciados, pensados..

Patrícia Pinna disse...

Bom dia, poeta. A maioria das pessoas não se importam com a verdade e banalizam o amor nos dias atuais.
Esse preço que alguns falam sobre o amor, da sua preciosidade e que nada tem igual, na realidade é o desejo de que funcionasse assim, mas em sua essência, na rotina diária, ele é posto de lado como mercadoria com defeito.
Temos de ter a nossa liberdade de expressão viva, falar, chorar, contradizer o sistema, ainda que em quase nada mude a nossa situação angustiante, mas ao menos, falamos!
Hipocrisia, futilidade, são ervas que não morrerão, tal qual a erva proibida, não findará.
Para mim, e creio que não só, todas fazem mal, destroem a alma, poluem ambientes e contaminam o espírito, tanto a que entra como a que sai pelos nossos lábios.
Temos de lutar contra a ignorância, se quisermos que a nossa sociedade seja mais justa, com valores igualitários, o que eu acho difícil, pois tem um véu maldito nos olhos do povo, que simplesmente se acomodou, como se fizesse parte, como se não fosse um corpo estranho!
A sua indignação é a de quase todos, mas como disse você, poeta, as vassouras não são dadas ao povo para que sua "cidade" fique limpa e respire ar puro.
Cabe a quem deseja mudança, se informar, tornar a sua mente pensadora, só assim, terá em si o movimento, que poderá mudar muitas coisas.
O só dizer NÃO ao que vemos de ruim, é um começo saudável!
Mais uma bela obra de um coração revoltado com as mazelas e desigualdades do nosso País!
Mudanças? Quem sabe? Se tivermos a consciência do que está errado, provavelmente teremos a motivação de não nos deixarmos ser vítimas do sistema!
Beijos na alma e tudo de bom!
Parabéns!

Unknown disse...

Olá Caio! Um texto de interesse público para os que ainda acreditam e querem lutar por um mundo melhor...Tudo ando muito banalizado, nada que é importante tem importância, a ganância e o poder rondam as mentes...O amor então,cadê?
Falar, falar sobre o amor é fácil, o que precisamos ver é Vender e Entregar...A sua indignação também é minha...Parabéns pelo Belo e Inteligente post.Cheguei até aqui porque a Querida Patricia Pinna, fez uma postagem no face sobre você, e cá estou para ficar, te seguindo com muito prazer...Volto em breve!
Beijos com muito carinho Poeta.
Marilene

folhas flores e sutilezas

Toninho disse...

Quem sabe que assim podemos criar uma linda corrente, que faz mudanças para um mundo que se sonha melhor.
Parabéns pela partilha de tão belo profundo texto.
Um abração.

Daniel Costa disse...

Caio Fazolato

Embora humilde em condição e pessoa. serei o extremo do otimismo. Posso ter subido de condição, mas nunca me vendi. Como tenho uns reais de capacidade, fui muito tentado, por outrem, podia mesmo ter entrado numa de riqueza, por seguir sempre por outros caminhos, acabava sempre prejudicado, em várias careiras que encetei. Porém nunca me deixei vergar.
Como sou muito observador de "tipos", estou extremamente à vontade para deixar dito: os "pobres" de muito ricos devem tudo aos pobres subservientes.
Fica aqui uma máxima que aprendi desde o berço: "coitados dos ricos se não houvessem pobres".
Acrescento pobres de espírito!
Enquanto a sociedade, na sua maioria, composta por pobres de espírito, teremos sempre, um meio risível. Então que fazemos? Poder dizer sempre: ainda bem, tenho princípios, e apontar, dizendo: ainda bem que não sou aquele!
Abraço

Unknown disse...

Gostei! Relato super real e atualizado

Emília Silva disse...

Olá, muito boa tarde, adorei conhecer este sitio magnífico, e como poderá verificar segui o seu lindo blog.Fica aqui o convite para visitar também o meu blog e se realmente gostar do contéudo seguir.Bjs, tudo de bom.

http://emilysilva2010.blogspot.pt/

Fulvio Ribeiro disse...

Olá...
Passando só para desejar um bom final de semana. Tudo muito Bonito por aqui !!!
abraços

Rose Sousa disse...

Que maravilha de poesia!"Quem também ajuda é a televisão
Por transbordar porcarias em sua programação
Quanto mais mentes alienadas melhor a audiência
Audiência é dinheiro e dinheiro é essencial
Cadê a vassoura pra varrer esse lixo cultural ?
Não tem . Foi comprada pelo sucesso comercial." Caio minhas sinceras admirações. Te convido ao meu recanto, será uma honra te ter por lá entre os amigos. Uma semana linda e sorrisos espalhados!

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Olá Caio,muito interessante seu blog.Gostei muito.

Se quiser e gostar de poesias e contos,faça uma visita em meu blog.
Aqui,logo voltarei.

abraços.
Carmen Lúcia-mamymilu.blogspot.com

Patrícia Pinna disse...

Bom dia, poeta. Setembro chegou, com ele novas possibilidades!
Solte a tua mente, a tua imaginação criativa, e brinde-nos com teus maravilhosos poemas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
O que você está esperando?
Beijos e lindo mês para você, amado meu!

Contos da Rosa disse...

Olá Caio, bom dia!
Patrícia me indicou seu blog e estou aqui admirando seus escritos, muito bons, por sinal. Tens nos dedos uma voz que ecoa na consciência.

"Quero que esse papel tenha hematomas de letras revoltas e intensas"

\o/ Que mais posso dizer, a não ser, parabéns pelo talento.

abraços/prazer em conhecê-lo!

Rosa Mattos

chica disse...

Caio, vim agradecer o carinho lá na Severa! Foi tri legal! abração,chica

Anônimo disse...

Tens razão poeta, o amor a muito foi trocado por liberalidade,colocaram o romantismo no lixo e tudo virou banalidade... è mais uma realidade triste. Parabéns pelo postado! Abçs!

Anônimo disse...

Olá Caio, voltei ao mesmo texto, li , reli e cada vez mais me encanto com a sua sinceridade e talento. Levei para meu blog, caso discorde , fique à vontade para solicitar a retirada
Abçs e bom fim de semana
Diná

http//compartilhandopoesias.blogspotcom.br

Anônimo disse...

Bom dia Caio,
Passando para desejar um ótimo findi.
Um texto muito expressivo, um grito, um apelo... sua indignação pela equidade. Primoroso, gostei, e levei para meu blog:
http://compartilhandopoesias.blogspot.com.br.

Espero que vc não se aborreça.
ABÇS E BOM FIND!
DINÁ

Anônimo disse...

Olá Caio, deixo o link da postagem do seu belo texto que levei para meu blog. Uma honra ter seus precioso trabalho divulgado em meu humilde blog. Abçs!

http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3120578355968967722#editor/target=post;postID=2374995707983346698;onPublishedMenu=posts;onClosedMenu=posts;postNum=5;src=postname

Anônimo disse...

Voltei!

Olá Caio, e eu fiquei mais que feliz com a sua gratidão, embora não seja nenhum favor prestar uma homenagem a um poeta do seu quilate. Saiba que me senti honrada e lisonjeada em receber seu carinho. O seu poema é grandioso, gostei imenso do seu grito. Bom saber que essa criança vibrou de satisfação... Alegria compartilhada.
Mando um bj carinhoso para a amiga Patricia, poetisa que admiro de montão.

PS: Não se deixe levar pelo desânimo, escreves divinamente, se parar a poesia vai reclamar.
Bjs de luz em seu coração.